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O exemplo estava aqui do lado

MUNDO

Nosso foco no Hemisfério Norte durante a pandemia nos fez esquecer dos nossos vizinhos, sendo que um deles foi um exemplo fora da curva no combate ao vírus. O Uruguai tem conseguido manter índices baixos de casos de COVID-19, apesar de não ter declarado quarentena obrigatória ou exigido o uso de máscaras em seu território. Por lá, são apenas 797 casos confirmados e 22 mortes, sendo que todos os que vieram a óbito apresentavam problemas crônicos de saúde. O que o país fez?

1. No dia 13 de março começou a quarentena no Uruguai, com apenas 4 casos. O governo fechou fronteiras, suspendeu voos, aulas, cultos religiosos e eventos. Contudo, ao contrário dos países vizinhos, o Uruguai permitiu que o comércio continuasse aberto, com exceção aos shoppings.

2. Proteção à população de risco. No setor público, pessoas com problemas de saúde e na idade de risco para a doença receberam licença. Nos asilos, foi intensificada a vigilância e a realização de testes  nos idosos e funcionários.

3. Mesmo não sendo obrigatório, a maioria das pessoas preferiu ficar em casa e muitos comerciantes optaram por não abrir. Pesquisas apontaram que mais de 90% dos uruguaios acataram a recomendação de ficar em casa.

4. Corte no salário dos políticos. O país criou o Fundo Coronavírus, a partir do corte de 20% dos salários do presidente, de ministros, legisladores e outros funcionários do setor público. Com o fundo, foram reforçados recursos para o combate ao vírus. 

5. Boa infraestrutura do sistema de saúde. Quase 100% da população têm acesso à água potável, o que possibilita a orientação básica de higienização contra o vírus. O sistema de saúde uruguaio é bem organizado, sendo os setores públicos e privados integrados. O país conta ainda com a forte presença de "médicos de família", que atendem à domicílio.  

6. O governo multiplicou a vacinação contra a gripe para evitar o congestionamento na rede hospitalar. Além disso, criou também um aplicativo para ajudar as pessoas com sintomas a decidirem sobre procurar ou não ajuda médica e, enquanto as medidas para evitar a proliferação do vírus eram implantadas, o governo ampliou a quantidade de leitos em 50%.

Os resultados do país levaram o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, a anunciar o retorno às aulas presenciais a partir de junho, depois de dois meses de paralisação. A decisão de permitir o retorno das crianças ao colégio cabe, no entanto, aos pais e responsáveis. Recentemente, esportes como tênis voltaram a ser praticados. 

Apesar do sucesso, o ministro da Saúde do país exala humildade ao dizer que não há motivos para celebrar os bons resultados do combate à pandemia no Uruguai. Para ele, ninguém pode dizer que ganhou a batalha, pois estão todos em permanente estado de alerta. Mesmo assim, medalha de ouro para o país. Ainda dá tempo de copiar a estratégia?

O que mais você precisa saber no cenário mundial?

• EUA antecipam suspensão de viagens do Brasil, medida começa hoje

• Primeira-ministra da Nova Zelândia é surpreendida na TV com terremoto

• Bares e praias reabrem na Espanha

COVID-19 por aqui

BRASIL

Com o arrefecimento das questões políticas no país, podemos voltar àquilo que realmente merece nosso foco: a pandemia. Como dito ontem pelo ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, os efeitos do vírus ainda não foram vistos nas cidades do interior, mas acredita-se que a diminuição do volume de casos nas capitais fará com que a estrutura das metrópoles seja usada para receber os casos das menores cidades.

Recuperados: 153.833 | Casos confirmados: 374.898 | Mortes: 23.473

Nas maiores capitais do Sudeste, onde o vírus chegou primeiro, as medidas de isolamento ainda vigoram, mas estão perto de serem flexibilizadas. Vamos lá:

Na selva de concreto, ogovernador de São Paulo, João Doria, disse na tarde desta segunda que não pretende decretar ‘lockdown’ por agora, e ainda afirmou que a partir de 1º de junho deverá adotar a "quarentena inteligente", quando as medidas de isolamento variarão dependendo de cada região do estado. 

Já o prefeito da Cidade Maravilhosa, Marcelo Crivella, declarou ontem que as medidas atuais de isolamento vão permanecer essa semana, mas poderão ser afrouxadas no início de junho. Crivella, que também é Bispo licenciado da Igreja Universal, decidiu também incluir as igrejas na lista de serviços essenciais.

Brasília não está no Sudeste, mas não quer deixar os noticiários. Ontem, a Secretaria-Geral da Presidência informou que Moro realmente não assinou a exoneração de Valeixo, como publicado no Diário Oficial. O Planalto explicou que publicar o nome do ministro no documento é algo costumeiro, e que a assinatura física só é colhida depois. Ainda sobre a acusação de SM, Bolsonaro divulgou uma nota ontem negando interferência política na PF e dizendo acreditar no arquivamento natural do inquérito.

Além disso, o que mais foi destaque no país?

• Senado convoca Weintraub a explicar falas em reunião ministerial

• Amazonas lidera lista no pior desempenho no combate à COVID-19

• Medida Provisória que cria cargos em comissão na PF é aprovada pelos senadores

Com quem ficarão os 10% de gorjeta?

TECNOLOGIA

Ansioso para saber como será o novo normal dos bares, cafés e restaurantes? Pois bem, em uma cafeteria em Daejeon, na Coréia do Sul, robôs já estão sendo usados para receber pedidos, fazer café e entregar bebidas aos clientes. A inovação, que vem para ajudar o cumprimento das regras de distanciamento, talvez já nos dê uma prévia do futuro do atendimento.

Bem, como funciona? O novo robô pode receber pedidos, fazer 60 tipos diferentes de café e servir bebidas aos clientes em seus assentos. Além de tudo, é extremamente rápido, um pedido de seis bebidas leva apenas sete minutos para ser preparado, e cordial. "Aqui está o seu café com leite de amêndoa, por favor, aproveite. É ainda melhor se você mexê-lo", é o que o robô barista diz quando o cliente pega sua bebida da bandeja.

Para o bom funcionamento do sistema, é necessário que as mesas sejam organizadas de modo que o robô se movimente livremente, algo não muito difícil, visto que agora as mesas precisam estar mais espaçadas. No estabelecimento onde está sendo utilizado, apenas um funcionário humano está presente. A máquina substituindo o homem mais uma vez.

Pode ser que o Brasil ainda esteja longe dessa realidade em termos de tecnologia, mas a inovação já indica que os ‘tablets’ usados por alguns restaurantes para a realização de pedidos estarão cada vez mais presentes. Infelizmente, é provável que os profissionais do segmento precisem se adaptar e dividir espaço com os novos gadgets.

Amazon inaugura abrigo em Seattle

VAREJO

A notícia é de varejo, mas poderíamos tranquilamente considerá-la filantrópica. Durante a pandemia, a Amazon abriu um enorme abrigo familiar em sua sede de Seattle, ocupando oito andares do prédio. Antes que se perguntem, há espaço suficiente para permitir o distanciamento social entre os sem-teto.

O ‘timing’ não poderia ter sido melhor. Com a pandemia, a população de rua está ainda mais vulnerável por não ter acesso a instalações sanitárias, dificultando a lavagem das mãos ou outras práticas de higiene básicas, que diminuem o risco de contágio. A ideia de ajudar não surgiu com a pandemia, já que a Amazon já havia reservado em maio de 2017 os oito andares de sua sede para receber o abrigo.

Apesar de ser operado por uma ONG local, a Mary's Place,a Amazon pagará pelos serviços públicos do abrigo, sua manutenção e segurança pelos próximos 10 anos, ou enquanto a Mary's Place precisar, além de cobrir o aluguel. A ONG ficará responsável por custear suas próprias operações, programação e equipe.

Quão grande? Até 200 pessoas podem se abrigar no local a cada noite, mas 75 pessoas podem ser inclusas durante emergências climáticas. Seis andares são reservados para os dormitórios, sendo dois exclusivos para famílias de crianças com doenças graves. A Amazon fornece aconselhamento jurídico gratuito aos hóspedes, oferecendo recomendações sobre questões de crédito, dívida, direitos de moradia e danos pessoais.

Além disso, os funcionários da Amazon são incentivados a ajudarem os ali abrigados, por exemplo, dando-lhes aulas de codificação, lendo para crianças ou fornecendo ajuda com currículos e entrevistas de emprego. A ideia é que os hóspedes adultos realizem três horas de tarefas por semana, sendo cada hora equivalente a 1.500 pontos. Esses pontos serão usados para comprar itens doados em uma espécie de mercado interno, incluindo alimentos e roupas. Jeff Bezos, nossos parabéns.

Voltaremos aos 100 mil pontos ainda nesse ano?

ECONOMIA

A última segunda-feira de maio veio para acalmar os corações dos investidores. Ontem, o Ibovespa fechou com alta de 4,25%, a 85.663 pontos, o maior nível do índice desde 10 de março. O dólar comercial, por sua vez, teve baixa de 2,08%, sendo cotado a R$ 5,45.

A quem o mercado deve agradecer? Primeiramente, à divulgação do vídeo da reunião ministerial, que acabou com a tensão de que seu conteúdo poderia comprometer a governabilidade do presidente. Ao contrário do que muitos esperavam, isso não aconteceu, e o futuro político do país não apresenta mais grandes incertezas. Além disso, os mercados internacionais se empolgaram com possíveis curas para o vírus e com a reabertura de diversas economias.

Projeções: os economistas do mercado financeiro revisaram para baixo suas projeções para o PIB, de uma retração de 5,12% para uma maior ainda, de 5,89%. O índice que representa a confiança do consumidor, medido pela FGV, mostrou um aumento de 3,9 pontos, atingindo 62,1 pontos. Foi a primeira alta desde o início da pandemia.

O touro está de volta. Não podemos deixar de mencionar que a Bolsa de Nova York reabre hoje suas atividades. O número de traders no local será de 1/4 da capacidade normal e todos serão separados por barreiras de acrílico. Embora a Bolsa física não seja mais tão importante com o comércio eletrônico, sua reabertura é um símbolo do retorno gradual de Wall Street.

até amanhã! 

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