feliz 2021
por trás das notícias, devem existir pessoas. desde o primeiro dia, esse foi um de nossos princípios. essa é uma oportunidade para conhecer nossos dois fundadores e, vez ou outra, escritores/editores.
Breves reflexões sobre o ano que agora começa
Hoje, seremos parciais… Dois de nossos escritores e fundadores da newsletter, compartilham aqui o que pensam sobre 2020 e 2021, na esperança de que isso possa ser útil.
Um ano e tanto
POR MATEUS GUALBERTO
Começo esse texto dizendo o quanto é difícil escrever sobre um ano tão complexo. Acredito que nós, como sociedade, enfrentamos uma tempestade única, mas em barcos muito diferentes. Aqui, falarei sobre o meu barco — que não naveguei sozinho.
2020 para mim começou bem. Estava feliz com meus estudos, com o meu trabalho — que me trouxe o the news — com minhas amizades e comigo mesmo. Tinha expectativas para o ano, mas, apesar de não serem tantas, nada aconteceu como planejado. Imagino que tenha sido o mesmo com você.
No final das contas, tudo foi melhor do que o esperado (com mil e uma ressalvas). Talvez porque em março as expectativas foram a zero e terminei o ano com saúde, amigos, família e um projeto do qual me orgulho muito.
Quando a pandemia começou, voltei para a minha cidade natal e voltei a conviver diariamente com minha família, algo que não fazia há mais de quatro anos. Esse foi um dos maiores presentes desse ano.
Até então, estudava e estagiava na ufrilla — startup de tecnologia para o mercado de entretenimento, na qual era estagiário voluntário para o Hernane, meu primeiro patrão. Esse ano me ensinou muito sobre pessoas e a importância de estar junto daquelas que te acrescentem (em áreas diferentes, mas sempre positivamente).
Quando o Hernane me chamou para começar o the news com ele, fiquei lisonjeado. Não minto que, ansioso como sou, não pensei que comprometeria minhas noites e madrugadas de lá em diante para informar nossos leitores. No entanto, não levei muito tempo para ponderar e perceber que valia a pena.
Como graduando de Engenharia, desde o início sentia falta de matérias mais humanas e questionadoras. Com o the news, ao mesmo tempo que participo de uma equipe que informa milhares de pessoas, torno-me mais atualizado a cada dia. Acredito na informação e no conhecimento como transformadores da sociedade e espero ser prova viva disso.
Escrever o the news não é fácil. Ser imparcial falando em primeira pessoa parece impossível, mas nós conseguimos. Abster seu ponto de vista e informar, sem qualquer viés, é um desafio e, ao mesmo tempo, um ensinamento.
Sou grato por 2020 e pelo que aprendi durante todo o ano. Júlia e Hernane, com quem dividi a maior parte do meu tempo “online”, vocês me ensinaram muito. É um grande privilégio estar com vocês nessa caminhada. Desde o início, com o objetivo firme de combater a desinformação de nossos tempos.
Para 2021, espero que o conceito de comunidade e da importância de estarmos juntos prevaleça. Torço para que saiamos dessa tempestade mais fortes, mas também mais humildes. Nesse ano, aprendemos que um parasita, que nem pode ser chamado de ser vivo, pode ser muito maior que nós.
Meu anseio é que 2021 seja um ano com mais abraços e menos tempo através das telas, ainda que elas tenham se mostrado essenciais. Espero que nesse ano que se inicia hoje, sejamos melhores.
A pandemia deve ficar para trás, mas será sempre uma parte da história de todos nós. Afinal, nós somos as nossas circunstâncias e o que fazemos com elas — e não podemos deixar a COVID-19 e seus desdobramentos fora disso. Saio desse ano valorizando ainda mais a minha liberdade, mas, ao mesmo tempo, consciente de que conseguimos nos reinventar ainda que não possamos contar com ela.
Compreendi, de uma vez por todas, que o coletivo é formado por indivíduos e eles precisam estar juntos para vencer grandes batalhas.
Torço para que, no próximo ano, compartilhemos aqui no the news notícias mais alegres e inspiradores do que em 2020 — apesar de termos tentado, ao máximo.
Que sejam notícias de políticas públicas atuais, pensadas na sociedade e suas necessidades. Acordos multilaterais que beneficiem mais de uma nação, parcerias agregadoras entre marcas e ações pensadas nas necessidades do mundo contemporâneo.
No final das contas, o que desejo para 2021 são boas notícias. Nada além disso.
2020 FOI ÉPICO
POR HERNANE FERREIRA JR.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua sempre milho de pipoca. Confesso que não sei a quem se atribui a frase do início desse texto — e também não quis interromper o fluxo da escrita para pesquisar no Google — mas acredito que reflete, de forma simples, o que esse ano representou para mim e talvez para alguns que estão lendo isso agora.
2020 foi épico. Épico é aquilo que relata uma ação heróica e acredito que todos nós tivemos nossos momentos heróicos durante os últimos 366 dias. Desde os médicos que trabalharam incessantemente, até aqueles que tiveram que se virar, de alguma maneira, durante a pandemia, criando um negócio, fechando um negócio ou simplesmente consolando alguém aterrorizado em relação ao vírus ou suportando a dor que eventualmente tenha sofrido.
Eu não sei qual foi sua atitude heróica e nem o que esse 2020 te fez passar — seria displicente da minha parte, como muito bem disse o Mateus, considerar que todos enfrentaram isso com as mesmas condições — mas o que eu tenho certeza é que saímos melhores que iniciamos há 1 ano.
De onde vem a certeza? Do coração, assim como várias coisas importantes dessa vida e que talvez tenham ficado mais evidentes durante essa pandemia, o que julgo como positivo.
Vejo que a contemporaneidade — e principalmente a geração mais jovem — carece das coisas que vem do coração, do sentir, e aqui, não tenho que medir palavras e nem opiniões, pois é um texto autoral, diferente das inúmeras matérias que escrevi durante o ano e fui o mais imparcial possível.
Talvez por isso estamos vivendo em um ambiente tão polarizado em que “é isso ou aquilo”, “8 ou 80” sempre e em todas as ocasiões, sem meio termo. Vejo isso aqui, com frequência, quando publicamos uma matéria com uma fonte específica X — globo.com, por exemplo — e recebemos retaliações por e-mail, dizendo que somos esquerdistas, por simplesmente optarmos por um canal de comunicação que relatou bem um determinado acontecimento relevante.
O que quero dizer com isso é que talvez esse ano de 2020 tenha tentado nos mostrar quão chatos estamos ficando em querer ter razão a todo momento e julgar como correto apenas aquilo que nossas verdades nos mostram, abafando aquilo que qualquer um poderia ser capaz de sentir, se apenas escutasse com o coração.
Sentir que somos humanos, que coexistimos, que vivemos no mesmo local e talvez, nesse exato momento, você já esteja tentando decifrar qual é minha ideologia, no que eu acredito e fazendo seus julgamentos… Talvez seja hora de voltar e ler o texto novamente… risos.
Pouco importa no que eu acredito, na minha religião, orientação sexual ou em quem eu votei, desde que eu tenha respeito por você, como indivíduo. Como dizia minha avó, com muita sabedoria, nessa vida cada um é cada um.
Voltando a certeza de que saímos melhores, particularmente, ressalto que 2020 despertou o melhor de mim. Não imaginava estar à frente de um jornal da nova geração, escrevendo para quase 100 mil pessoas diariamente e muita coisa mudou em minha vida desde março de 2020. Bem mais que você possa imaginar…
O engraçado é que só tenho a agradecer. Agradecer por tudo que aconteceu, pois era exatamente o que eu precisava passar para me tornar esse que sou hoje. Começo o ano com duas convicções muito fortes:
Tudo é perfeito como é
Tudo é PARA mim — para meu crescimento, evolução, aprendizado — e nada é CONTRA
E claro, com humildade de entender que sou pequeno demais para controlar aquilo que me acontece, mas grande o suficiente para reagir diante de tudo isso que não controlo.
By the way… O the news, nada mais foi, que uma reação. Espero que, de alguma forma, isso sirva de inspiração. Feliz 2021 para você e todos nós! Ah, entre o 8 e o 80 existem mais de 70 possibilidades.
Hernane Ferreira Jr. | @hernaneferreirajr